Estamos vivendo de fato a era do consumidor
Os conceitos e as práticas dos negócios em supermercados, estão se alterando rapidamente e de maneira irreversível. Se você está pensando em construir uma loja e com tantas mudanças na economia, por conta da globalização em âmbito mundial, fica se perguntando: que formato dar a ela? Loja de conveniência, supermercado, hipermercado, clube de compras? Ou, você já tem a loja e não sabe o que fazer para acompanhar tantas evoluções, sob o risco de perder a competitividade com os concorrentes por não se atualizar.
Calma, as mudanças estão ocorrendo, sim, mas a sobrevivência é ainda uma questão de competência e adequação ao mercado. Agora, mais do que nunca, quem vai ditar o que você deve fazer é o seu cliente, o consumidor. Ele foi, e continuará sendo o responsável pela manutenção das empresas. É nele que você deverá pensar nessa hora. E é muito fácil entender porquê.
Hoje o varejo mundial passa por mudanças sem precedentes de competitividade na sua história. No Brasil, há uma competitividade por conta de um consumidor que descobriu seu real valor e passa a exigir mais e melhores serviços e vantagens na hora da compra. Não bastassem esses fatores, são as grandes redes estrangeiras que, com os mercados saturados em seus países de origem, buscam melhores oportunidades de negócios mais rentáveis em mercados emergentes, como o Brasil.
Com tudo isso, fica no ar uma série de perguntas: haverá mercados para tanta gente? Que tipo de loja deve prevalecer na preferência dos consumidores?
Não há formato vitorioso de loja supermercado
Com segurança, podemos afirmar que todos os formatos de loja poderão dar certo. Não é concentração que vai tirar alguém do mercado, porque a compra da quinzena ou do mês tem a tendência de ser feita em grandes supermercados por conta de uma maior variedade e de promoções de preços. Os supermercados de bairro/vizinhança, mais próximo do consumidor continuarão satisfazendo as necessidades da compra do dia a dia, pelo atendimento aos proprietários, pela tradição e continuará sendo o local preferido para a compra dos produtos básicos, como pão, leite, carne, frutas e verduras, entre outros.
A conveniência do supermercado ao lado de casa também deve prevalecer. Da mesma forma, as lojas especializadas continuarão existindo. Atualmente há uma tendência de crescimento de supermercados até mil metros quadrados de área de vendas, pelo menos por dois motivos: primeiro porque não se consegue comprar grandes terrenos em áreas potencialmente de interesse, e se esses terrenos existem estão com preços elevados. O segundo fator que leva em conta que as lojas de menor porte terão sucesso é a estabilidade econômica. Com a possibilidade de prever o quanto vai poder destinar às compras para abastecer a despensa, sem a ameaça de alta repentina de preços, o consumidor não mais precisa atravessar a cidade, enfrentar o trânsito caótico peculiar das grandes cidades, lotar um ou dois carrinhos de compra do mês no hipermercado, longe de sua casa, para economizar cinco a dez por cento do valor total. Isso se não tomar um uber, ou até um táxi, para voltar para casa.
Layout de Supermercado na Visita Técnica da Expo Supermercados - Açougue, Padaria, FLV, Fiambreria..
A vez dos pequenos
Com os equipamentos de automação comercial, cada vez mais acessíveis, permitem operações mais enxutas, maior agilidade e eficiência, menos estoques, com reposições mais frequentes e mais ágeis, graças à interação cada vez maior entre indústrias e supermercados, agora sim uma é questão de sobrevivência para as duas partes.
Além da automação comercial o pequeno e médio supermercado para manter-se e crescer no mercado, terá que atender o consumidor basicamente, nos seguintes itens: Bom atendimento, limpeza, bons preços, confiança, organização das prateleiras, variedade com qualidade, preços visíveis e legíveis, estar próximo da casa do consumidor, serviço de entrega, estacionamento e segurança, conforme pesquisas realizadas pelo Centro de Treinamento e Desenvolvimento Empresarial - CTDE (www.ctde.com.br) de Porto Alegre no Rio Grande do Sul.
Parcerias com bons fornecedores
Muitas indústrias, em especial de grande porte e líderes de mercado, estão interessadas em aumentar as vendas dos seus produtos nos pequenos e médios supermercados. Seja pelo melhor atendimento semanal, com a presença de promotores para abastecimento de toda a linha de produtos com merchandising, e também patrocinar o fornecimento de equipamentos para exposição dos seus produtos.
A base é conhecer bem o cliente
O importante é traçar uma estratégia adequada ao público que se quer atender. Sob essa ótica, não há um formato de supermercado que não dê certo. Não adianta colocar uma loja num bairro de classe A com poder aquisitivo alto, e enchê-los de arroz e feijão só com produtos básicos. É provável que não dê certo. O mix de produtos tem de estar adequado ao perfil do público que o supermercado quer atingir. Da mesma forma, colocar essa loja chique num bairro de população de baixo poder aquisitivo, provavelmente não dará certo, basicamente pelo alto investimento será de difícil retorno e seu luxo poderá inibir o cliente daquela região.
Por isso, cuidado você pequeno supermercadista, fique na sua. Não queira disputar espaços com os que não são seus. Não queira concorrer em preços com hipermercado e formas de pagamentos por longo prazo ou buscar oferecer melhor qualidade que a de uma loja especializada. Aproveito para chamar a atenção dos supermercadistas de pequeno e médio porte, de um sério problema, constatado durante as Consultorias e Treinamentos que realizamos: Um dos principais motivos que estavam passando por dificuldades financeiras foi a venda no fiado, isto é, na caderneta. Não façam isso.
Para quem está vendendo na caderneta, recomendamos: “o supermercado acaba com o fiado, ou o fiado acaba com o supermercado” Se a sua clientela tem o perfil de classe C e D, procure ser especialista para atendê-la, correspondendo às expectativas de tais clientes. Se começar a abrir ângulos, absorver para as quais o supermercado é o público que ele atende não estão preparados, será muito difícil competir. Portanto, concentre-se no seu supermercado, que tem muitos desafios para resolver diariamente. Não podemos estar ao mesmo tempo em todos os mercados, sob pena de não conseguirmos acompanhá-los com a eficiência necessária para alcançarmos o sucesso.
Mas, fique atento, afinal também nas lojas de bairro o perfil do consumidor vem mudando. Seu nível de exigência é comparável aos dos melhores bairros. E o supermercado de periferia igualmente precisa saber explorar essa vantagem de ser pequeno, para oferecer atendimento mais personalizado, coisa impossível para um hipermercado.
O pequeno e o médio supermercado, terá mais chances de se especializar e de se diversificar: especialização nas características e diversificação na qualidade dos produtos e serviços que puder oferecer.
Consumidor apressado e sem tempo
Os consumidores têm uma forte tendência de comprar tudo ou quase tudo num só lugar, como nos hipermercados. Eles sabem o que comprar e desejam gastar o mais rápido possível, afinal eles estão sempre apressados. Quem oferecer essa conveniência, com conforto e variedade, vai ganhar esse cliente apressado. É necessário facilitar a vida dos consumidores, em especial a mulher, que agora está enfrentando uma carreira profissional e sem tempo para grandes produções culinárias para a família. Os supermercados devem estar atentos à conveniência e praticidade, oferecendo pratos e produtos prontos, verduras cortadas, saladas já temperadas, itens que acarretam um mínimo de trabalho. O máximo que uma dona de casa gasta hoje na cozinha não passa de 20 minutos, contra duas horas em média há 10/15 anos atrás.
Os congelados foram num primeiro momento dessa praticidade, depois entraram os produtos refrigerados, que duram até uma semana, e agora é a vez dos produtos prontos como, sanduíches e saladas de frutas, por exemplo. Em muitos supermercados americanos e europeus chegam a destinar mais da metade de sua área de vendas para perecíveis e o Brasil em certas cidades também está caminhando a passos largos nesse sentido.
É preciso, portanto, estar adequado ao mercado e isso significa cada vez mais buscar a eficiência, baixar custos e oferecer também os menores preços possíveis. O Brasil está redescobrindo o auto - serviço. Há muito ainda para ser apreendido. No supermercado brasileiro, logo teremos de fato uma transformação de 50 anos em cinco.
Palestrante Clóvis Polese - Especialista em Supermercados - CTDE - Centro de Treinamento para Supermercados.
Saiba mais: https://www.ctde.com.br/
Criada com objetivo de atender os varejistas de bairro e vizinhança, a Expo Supermercados proporciona: Negócios, Experiências e Inovações.
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