Os mercados de bairro, ou "mercadinhos" como são carinhosamente chamados pelos consumidores, ainda resistem em Rio Preto, apesar da presença cada vez maior de gigantes do varejo na cidade. Com uma gama diversificada de produtos, esses locais contam com a criatividade para atrair cada vez mais clientes, multiplicando as atividades, sem perder de vista a qualidade no atendimento.
Em Rio Preto, segundo o Cadastro de Pessoas Jurídicas ou Físicas Ativas por Atividade/Ocupação do Município de Rio Preto, 284 estabelecimentos estão cadastrados na categoria mercado. Neste grupo não estão incluídos os grandes supermercados e hipermercados. Em 2022, foram criados 21 novos mercados em vários pontos da cidade.
Esta é uma tendência constante, com alguma variação ano a ano. Em 2021, o número foi maior, com 24 vagas, mas nos anos anteriores o número de vagas foi menor: 16 em 2020, 17 em 2019 e 14 em 2018. É uma resistência silenciosa que se alastra nos bairros, principalmente naqueles com maior número de idosos.
Segundo dados da Situação Econômica, elaborados pela Prefeitura de Rio Preto, Rio Preto possui 111.168 idosos, dos quais 10.701 vivem na região da Cidade da Criança, que abrange o bairro Eldorado, onde Isaura Santana Filha administra o Sr. Tomate, uma mercado que começou como uma frutaria com o marido, João Gilberto Borsato.
O mercado foi aberto no ano passado e cresceu rapidamente. Hoje, vende de tudo um pouco, desde frutas, verduras e legumes, a atração principal, até outros itens como refrigerantes, peixes congelados e até salada de frutas, que ficou famosa no bairro.
"Tentamos acertar aos poucos. Já tivemos caldo de cana antes, mas não deu certo. A salada de frutas ajudou a atrair clientes e hoje sempre temos à venda", diz Isaura, que é já cogitando a possibilidade de expandir o negócio, incluindo espetinhos na lista de produtos oferecidos, mas a complexidade do negócio ainda exige muitas adaptações e novas licenças concedidas pela Prefeitura.
Contato direto: Se por um lado existe a criatividade de experimentar coisas novas que atraiam mais clientes, por outro existe sempre o aliado de sempre: o contato direto com os clientes, seja para um café ou para uma conversa descompromissada enquanto os produtos passam pelo caixa. Claro que tudo isso evoluiu, e hoje os clientes mais fiéis contam até com um grupo de WhatsApp para serem avisados da chegada de produtos fresquinhos.
"Vou ao Ceasa às quartas e sextas-feiras. Tenho os produtos às 5h e já envio o preço de todos do grupo. Então, quando volto ao mercado às 6h30, já tem gente esperando para escolher", diz Isaura.
Comprar e ligar imediatamente também faz parte da rotina de Eriana de Cássia Carrasco, proprietária da Central Mercearia e Hortifrúti, inaugurada em 2022 no centro de Rio Preto, na Rua Coronel Spínola de Castro. Ela mantém uma lista de transmissão com o preço dos produtos, voltada para o público que mora na região central.
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